Igual a todos vocês, já passei
por momentos em que pensei em desistir de tudo. Sofro ao ver os comportamentos,
as decisões e também a falta delas. Já pensei inúmeras vezes em seguir apenas
meu caminho e viver a felicidade familiar que me foi agraciada por Deus.
Tento fechar os olhos, mas com os
olhos cerrados é justamente quando eu mais vejo.
Tento tapar os ouvidos, mas os
clamores vêm de dentro muito mais forteS do que de fora.
Tantas vezes calo minha boca, mas
o peito grita.
Observo, com muita tristeza, a
obra de nossa mãe, trazida com tanto sacrifício, perder-se nas vaidades,
orgulhos e ganâncias. Até mesmo choro ao ver tantos irmãos e irmãs seguindo
como gado a um berrante, sem terem a consciência despertada para a essência de
nossa belíssima missão.
Fico frustrado por me sentir
impotente e ao mesmo tempo cúmplice por calar minha voz e travar meus escritos.
Não sou cego, nem surdo, nem mudo! Por que então calar?
Fala mais forte em meu coração o
senso de responsabilidade! O receio de expor os contrassensos e trazer ainda
mais decepções. Entendo que se gerar mais conflitos estarei me igualando aos
que hoje sobrevivem dos conflitos, divisões e energias negativas despertadas
por suas ações. Alimentam-se e se fortalecem na negatividade que provocam.
Procuro crer, com muita dificuldade, que não sabem o que fazem... Que não têm consciência
da dor de missionários ao sentir que poderiam fazer muito mais, mas respeitam
uma hierarquia física pelo compromisso firmado junto à Espiritualidade.
Então me calo! Observo e sofro! Nestes
momentos também penso em deixar tudo de lado. Entendo que devemos ser felizes
na Doutrina, ou deixa-la!
Escrevo este desabafo para aqui,
nas frases finais, agradecer a vocês! A vocês que leem estes pequenos escritos
e, sem saber, trazem de volta a força necessária para poder perseverar, para
renascer a esperança, para jamais esquecer tudo que recebi (e recebo) do amor
de Pai Seta Branca, de Tia Neiva, de nossos abnegados Mentores.
Obrigado meus irmãos e irmãs! São
vocês que permitem e fortalecem a necessária esperança!
Envergonho-me por pensar em
desistir... Envergonho-me ao recordar de tantas faces desconhecidas, que um dia
encontrarei no momento de meu regresso ao Lar Espiritual, para registrar o
agradecimento por aquela elevação, por aquela cura, por aquelas palavras...
A cada e-mail, ou mensagem, posso
literalmente sentir a energia que se agrega ao meu plexo trazendo e renovando a
fé! A cada encontro, a cada conversa, a cada palavra... a troca de energias é
intensa e revigora, neutraliza a negatividade.
Não iria publicar este
desabafo... Confesso que existem vários guardados que nunca publiquei. Mas hoje
resolvi mostrar a vocês que sou igualzinho a cada um! Não tenho nada de
especial. Também me entristeço e penso minhas “besteiras”, e por vocês, por
cada consciência que leva um pouquinho do Ministro Anavo em suas lembranças, eu
sigo em frente! Não desisto!
Um fraterno abraço, e MUITO
OBRIGADO!
Kazagrande – 15/12/2017