Uma das grandes dificuldades que o médium consciente, ou conscientizado, enfrenta, é lidar com as diferentes personalidades de seus irmãos e demais companheiros desta jornada terrena. Colegas, amigos, parentes e outras pessoas que passam por nossas vidas e, independente de suas crenças, apresentam falhas de caráter inaceitáveis para os padrões da consciência desperta. Enfrentar a falta de caridade, e por que não dizer a falta de amor!

Vivemos em um mundo de provações cujas lições nós mesmos escolhemos enfrentar. Encontramos grandes desafetos de encarnações passadas, hoje revestidos de laços consanguíneos que nos une fisicamente. Pais e irmãos que invariavelmente são nossos maiores cobradores, ou cobrados. Ligações difíceis de romper sem que se passe pelo necessário reajuste. Recordando que sempre o reajuste acontecerá, seja pelo amor, ou pela dor.

Encontramos também nossos amores imediatos, com os quais uma paixão desenfreada se manifesta “à primeira vista”, tantas vezes interpretada como um pretenso reencontro de almas gêmeas, ou por reencontros de um passado de outras vidas. Mas, em pouco tempo, aquela energia inicial que propiciou o reencontro e paixão se transforma na mais dura cobrança.

É preciso entender que todo reajuste emocional se passa justamente a nível emocional também! Mesmo aqueles que tenham tido uma encarnação passada juntos, marcada pelos laços do casamento, trazem consigo as provas a serem superadas das falhas de caráter de outrora. Passamos pelas mesmas situações para constatar na prática se agiremos diferente, com amor, ou mergulharemos nas revoltas e cobranças que nos fizeram voltar, e voltar, e voltar...

Antes do amor, da identificação de laços espirituais, é preciso a consciência que todo reencontro tem uma finalidade de aprendizado e colaboração. É preciso antes do amor, respeito! Este respeito somente virá da compreensão de que o outro não pensa como você, não sente como você e provavelmente não estará no mesmo patamar evolutivo que você. Respeitar é a grande chave para a convivência em comum e para o sucesso dos relacionamentos. Respeitar as opiniões e comportamentos que podem ser muito além, ou aquém, de suas capacidades e expectativas.

Porém este respeito jamais deverá conduzir para um nivelamento “por baixo”. Respeitar não significa concordar com tudo, dizer “amém” para situações que não concordamos, ou ainda se tornar conivente com atitudes que agridam nossa consciência do mundo espiritual. Respeitar é também ter a coragem de seguir em frente! É entender que mesmo considerando-se apaixonado, deverá seguir seu próprio caminho, caso a realidade da relação não possa se traduzir em uma evolução comum. Os dois precisam abrir mão de muitas coisas e este abrir mão é o respeito! Respeitar não é concordar, respeitar é compreender.

Embora os valores familiares estejam cada vez mais sendo desmerecidos pela sociedade atual individualista, espiritualmente estes valores são a principal fonte de reajustes pelo amor. Se entendermos o respeito como pré-requisito do verdadeiro amor, poderemos sim encontrar a felicidade dentro do mais difícil reajuste, pois nada mais gratificante do que quando vemos que estamos contribuindo para a evolução, ou sentimos as mudanças benéficas em nossa própria personalidade, em função desta convivência.

Agora... Recordemos sempre: independente de haver um reajuste, e quase sempre há, quando um não quer, dois não brigam! Ao ver que seus esforços não ajudam e ainda lhe fazem infeliz... Siga seu caminho! Sua parte de tentar o reajuste por amor estará cumprida. Melhor separar enquanto é possível manter uma amizade, do que se tornar “inimigo íntimo”.

Kazagrande
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