Quando ingressamos na Doutrina do Amanhecer uma das recomendações que recebemos, já na palestra inicial, antes de fazer o teste mediúnico, é para não praticarmos o proselitismo religioso. Fala-se que em nossa Doutrina não praticamos tal atitude. Devido a palavra ser tão diferente de nosso vocabulário diário, surgem dúvidas a este respeito: Mas o quê é proselitismo religioso?

Poderíamos buscar a origem desta expressão nos antigos escritos bíblicos e chegarmos até sua aplicação atual, dentro das mais diversas religiões, mas vamos nos ater ao sentido prático do ato de realizar o proselitismo religioso.

Proselitismo é a divulgação, a insistência em querer incutir na cabeça das pessoas um dogma, uma crença, um sistema religioso, mesmo que contra a vontade dos outros. Este “pregador” é um verdadeiro incômodo aos demais, pois eles são insistentes, pragmáticos, quase beirando ao fanatismo e muitas vezes fanáticos assumidos.

No texto anterior, “Aprendendo com vocês”, me referi a empolgação natural que sentimos ao ingressar na Doutrina, e querer que outras pessoas sigam este mesmo caminho, que tanto nos esclarece e nos faz bem. É natural, por presenciamos fenômenos, curas e sentimos quase um dever em sair buscando auxiliar a aqueles que ainda vivem na ignorância do mundo espiritual.

Quando nos deparamos com quadros aos quais gostaríamos de ajudar, mas que, pela nossa compreensão, não devemos nos envolver, podemos vibrar, em nossos trabalhos, pedindo que recebam as forças para se reequilibrarem, ou convidá-los a passar como pacientes, mas sempre alertando de que a nada ficarão obrigados, especialmente a entrar na Doutrina.

Certa vez ouvi um Adjunto falando ao povo de um Templo, que cada um deveria convidar mais três pessoas e assim em breve estariam completamente estruturados. Salve Deus!

Sair convidando? Isso é a mais legítima expressão de proselitismo, principalmente se este convite já vem com a intenção clara de trazer o convidado para dentro da Doutrina! Não foi isso que aprendemos!

Aprendemos que muitos passam como pacientes e somente uns poucos recebem o convite para desenvolver sua mediunidade, isso sem mencionar onde. A pessoa precisa desenvolver sua mediunidade, as portas da Doutrina estão abertas, mas ela pode e deve escolher onde se sentir melhor.

Vejamos o quê passou Tia Neiva, no início de sua jornada, ainda na UESB:

Nós somos realizados nesta Doutrina!

Salve Deus!

E por isso, talvez, muitos de vocês se empolgam nestes acontecimentos e começam a insistir com as pessoas para se desenvolverem.

Eu até não me importo!...

Então, depois, começo a me recordar desses erros que eu também já cometi.

Quero alertar vocês, quero explicar para que tenham muito cuidado: cortem esses convites! São muito perigosos e nos trazem, inclusive, perigos pessoais, atrasos...

Em 1960, quando eu iniciava meu mestrado no Tibete, me apareceu uma família: um viúva, com um filho de 25 anos, mais ou menos, que bebia muito, casado e com dois filhos.

Eu achava - como vocês - que o Homem só se realiza quando se desenvolve, e pronto! Comecei a insistir com aquela família para vir se desenvolver aqui. Entre outras coisas, disse-lhes que o rapaz, com o desenvolvimento, ficaria bom. Ele ficou muito ligado a nós e todos começaram a se desenvolver.

Um dia, vi o quadro do rapaz: em mais ou menos um ano ele iria morrer! E, então, me arrependi de tê-los trazido para a UESB. Mãe Nenê era quem se encarregava, com todo o amor, de doutrinar aquela família. E o rapaz - o Zé Ratinho, apelido que tinha desde criança - ia à UESB por brincadeira. Mas deixou de beber. Ele ia à UESB para ficar na “rodinha”, totalmente sem sentimentos, sem qualquer coisa.

Um dia, um telegrama: o rapaz fora jogar bola, em Belo Horizonte, e morrera com um mal súbito. Foi um choque terrível para todos, mas eu já esperava por isso. A reação da mãe é que me surpreendeu: começou a se lastimar, dizendo que aquilo era castigo porque haviam sido sempre tão católicos e agora não eram... haviam matado o filho querido por se tornarem espíritas... E isso durou muito tempo. Diziam, me culpando, que aqui só existia feitiçaria, e tudo o mais. E eu tive a maior decepção do mundo com minha assistência àquela família!

Certa vez que estava no Canal Vermelho, ouvi uma voz chamar:

- Irmã Neiva!

E me deparei com Zé Ratinho. Nesta época todos me chamavam de Irmã Neiva. Ele falou:

- Oh, Irmã Neiva, graças a Deus! Por que não aproveitei mais? Mas, por que Mãe Nenê não está aqui? Por que não ouvi mais Mãe Nenê? Ela, com aquela doutrina dela... Enjoada, né? Enjoada... mas graças a ela que estou recebendo uma luzinha aqui! A senhora está boa, né, Irmã Neiva?

Então, vi que ele jogara fora tudo o que eu tinha feito, todo aquele sacrifício. O que valera a ele, afinal, tinha sido a doutrina de Mãe Nenê!

Fiquei muito decepcionada. Eu, que fizera tudo de bom (que naquele tempo pensava), via que a única coisa boa fora a doutrina de Mãe Nenê. Mãe Tildes foi me dar uma explicação:

- É mesmo, filha, o Homem só sente, só é atingido, depois que nasce quando ele tem qualquer convicção da vida fora da matéria, quando ele tem vontade...

E Mãe Tildes me explicou que minha missão aqui é esclarecer o Homem, a Doutrina, mas no coração e na mente... Tia Neiva em 27 de junho de 1976

Espero desta forma, deixar clara a posição doutrinária em relação ao convite para outras pessoas:

* Não saímos “por aí” convidando ninguém.

* Quando procurados por alguém em dificuldades, podemos orientar e até mesmo facilitar sua chegada ao Vale para exclusivamente passar como paciente.

* Somente uma Entidade, incorporada nos Tronos pode realizar o convite. Mesmo que você leve um parente seu, pode ser seu filho ou mãe, terá que passar primeiramente pela Entidade e TALVEZ dela ouvir o convite.

* Nossa Doutrina funciona por atração magnética! Quando há energia disponível no Templo, os pacientes chegam, e quando a missão necessita ser ampliada nossas Entidades tratam de convidar os que estão verdadeiramente destinados.

Kazagrande

4 Comentários

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  1. VERDADE!
    Vejo muitos entrando e muitos saindo da doutrina, pois a incapacidade de entender é dificil para os que não tem envolvimento mediunico cristão com o amanhecer de Pai Seta Branca. Nem todos são filhos do sol e da lua, então, nem todos pertencem a esta pequena tribo.
    Quisera que todos entendessem que a missão é dificil, é árdua e muitas vezes irrealizadora, porque tratamos com energias de diversas origens, tanto positivas como negativas, e somente os que amam de verdade é que sabem o quanto ela nos envolve.
    Se todos os mediuns soubessem pelo menos respeitar seu semelhante, jás eria um grande passo para sua evolução, mas o que vemos é uma artilahria de palavrões, injurias e difamções contra os que sobressaem em suas missões. Eles não querem que a doutrina evolua, eles querem que ela estacione e fique parada no tempo e espaço. Ledo engano, porque quem está se atrasando é justamente o que não quer tirar sua viseira cármica.
    Ninguém está pronto o suficiente para aceitar seu irmão, seu vizinho na sua caminhada. Todos só tem interesse em particular, mostrar que é capaz de reunir milhares de vidas em seu comando esquecendo que eles tem sede de justiça. Quando lá na frente seus oolhos abrirem para sua verdade, verão que perderam muito tempo em escutar a vida alheia e não deram um passo sequer no cumprimento desta estrada em suas próprias vidas.
    Sera que evolução é isso, como o Kaza falou, proseletismo, interferir no cárma de uma vida e depois sair sem que nada tivesse acontecido.
    Abraços!

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  2. VERDADE! SALVE DEUS MEU IRMÃO. GRANDIOSA COLOCAÇÃO...NÃO SOMOS FABRICA DE MEDIOS....interesse em particular, mostrar que é capaz de reunir milhares de vidas em seu comando esquecendo que eles tem sede de justiça. A REPONSABILIDADE E GRANDE.....

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  3. SALVE DEUS!

    Tudo que lemos aqui é especialmente valioso para nós, nada disso aprendemos nos templos, nem temos acesso a tantas informações.
    SALVE DEUS!

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  4. salve deus sábia colocação tambem entendo dessa forma.

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